Canto Gregoriano: Recursos e Apontamentos

O Canto Gregoriano é parte integrante do rito litúrgico da Igreja Católica Apostólica Romana, tendo o mesmo sido compilado a partir de meados do primeiro milénio depois de Cristo. Tem na sua base características herdadas dos salmos judaicos, constituindo-se como uma forma de oração cantada em sinal de devoção a Deus. Actualmente, em termos notacionais, a sua escrita surge sobre uma pauta de quatro linhas onde se inscrevem os neumas que se podem classificar numa taxonomia tendo por base a respectiva característica melódica dos mesmos. A estes neumas ainda se acrescentam alguns outros elementos, como seja, uma terminação subpunctis, flexus, ou resupinus. Pode ainda haver a junção de dois neumas através do pressus (autêntico se se tratar de punctum mais clivis, ou por assimilação em todos os restantes casos). O texto a seguir apresentado contém os principais conteúdos leccionados nas aulas sobre este tema em apreço:



Podem-se ainda encontrar alguns outros recursos sobre esta temática na internet, como por exemplo aqui, onde se podem ouvir e ver alguns exemplos de Canto Gregoriano gravados ao vivo no Mosteiro de São Bento, São Paulo, Brasil.

«O ensino musical em Portugal»

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Até á apparição de Schumann, Liszt, Wagner, os músicos eram de todos os artistas os menos instruídos. Choppin nunca lia, nem mesmo talvez os livros da sua amiga George Sand [...]; de Haydn diz-se que quando conversava com alguem nem parecia artista; Beethoven passou a edade viril n'um admiravel esforço de estudo para resarcir-se da deficiencia da instrução que recebera na mocidade, e recuperar o tempo dessa forma perdido; e ainda nos nossos dias Bruckner, o notavel sinfonista austriaco, não tinha o menor interesse pelas outras artes, sendo quasi levado á fôrça uma unica vez a um museu, uma outra a vêr o Othello n'um theatro (a tragedia, não a opera).
Ha infelizmente ainda bastante gente que não comprehende a profunda relação que existe entre a musica e as outras faces do nosso espirito, e quando uma creança mostra aptidão excepcional para a musica julgam sufficiente dar-lhe uma educação exclusivamente musical, descurando todos os outros conhecimentos: «quem se destina a ser musico, não precisa saber outra cousa». Já ouvi sustentar a seguinte these: «O artista tem que ser profundamente estupido».
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in Mota, J. V. (1917). O ensino musical em Portugal. A Águia, 70, p. 118.